sábado, 23 de outubro de 2010

Uma história sem início, nem meio, apenas com um fim inacabado.

Eu vou explicar esse texto antes de vocês lerem. Assim, deu vontade de escrever uma história. Ela começou estranha, continuou estranha e terminou estranha. É uma "história" de uma noite. Deve ser alguma coisa, mas eu ainda não sei o que é. Bem, vou deixar que vocês entendam por si só.



Um sorriso se formou no meu rosto. Aquela era a minha deixa.

Eu não estava ali sozinha, eu não estava sorrindo para o vento, como costumava fazer. Eu estava ali por um motivo que nem todos concordariam, mas esse motivo estava me fazendo sorrir, e muito. Nós não tínhamos muito tempo a perder, porque passamos dias enrolando por conta da vergonha.

- Você está bem? Você viaja assim diariamente?

Ele me fazia rir como ninguém nunca fez na vida.

- Eu estou sim. Viajo toda hora. Perco-me em meus pensamentos e acabo me esquecendo do mundo.

Ele abriu o meu sorriso. O sorriso que passou a ser meu deve ter uns dois dias, mas me fazia ficar encantada com tanta beleza.

- Eu poderia até te tirar dessas viagens em pensamentos, mas eu não sei como.

- Eu poderia até te mostrar, mas eu não sou boa nessas coisas.

Eu realmente não sabia ser sedutora. Eu precisava de um curso que me ensinasse isso, URGENTE!

- HAHA, você não sabe nem um pouco como ser sedutora, mas gostei de você assim.

Pronto, ele era o garoto perfeito!

Era como em contos de fadas. A princesa estava ali, indefesa, sem saber o que fazer ou falar. O príncipe estava ali, fazendo a princesa sorrir, o que ela não fazia há muito tempo. É como se aquilo já estivesse escrito em algum lugar. Fora previsto.

- Você não tem idéia do quanto está vermelha, não é? – Perguntou-me, do jeito mais lindo e sutil do mundo!

- Estou? Tudo culpa sua!

- Minha? Eu nunca tinha feito uma garota ficar assim, é fantástico!

Ele me tomou em seus braços e meu deu um abraço que eu estava precisando há muito tempo, e que ninguém pudera me dar. Um abraço reconfortante, que me passasse segurança. Eu poderia ficar assim pra sempre.

Ficamos um bom tempo abraçados. Quando ele me soltou, continuou com uma de suas mãos na minha cintura e colocou a outra na minha bochecha. O toque de suas mãos me fazia sentir liberdade, uma autoconfiança que eu nunca tivera. Eu coloquei uma de minhas mãos por cima das suas e sorri.

- Você com certeza é a pessoa mais bonita que eu já vi na minha vida! – ele me disse, e juntamente me deu o melhor beijo da minha vida!

Eu senti borboletas no meu estômago, senti o mundo girar e eu estava voando. Não como o Peter Pan, mas eu estava voando no meu mundo.

Eu parei o beijo sem querer parar, mas eu precisava de um pouco de fôlego.

- Sabe, nem sempre aparência é tudo. – eu lhe encarei e fiz uma cara de boba.

- É, sabia que você entenderia o bonita dessa forma!

Como assim? Ele estava me chamando de feia?

- Você por acaso está me chamando de feia, seu feio? – eu ri com as minhas próprias palavras idiotas.

- Claro que não. O bonita serviu para a pessoa que você é. Para os seus sentimentos, para o seu carinho, sua cara de boba, seu sorriso de criança. O linda de agora, serve para tudo e mais um pouco. Eu nunca tinha visto uma pessoa equilibradamente linda! É como se tudo em você fosse colocado em seu perfeito lugar. Eu não poderia estar em outro lugar, a não ser aqui.

Eu já estava fraca, meus olhos não viam mais nada por conta das insuportáveis lágrimas que exigiam em descer. Claro, eram lágrimas de felicidade. Nunca, na minha vida, tinham dito uma coisa tão bonita assim pra mim. Não deu. As lágrimas desceram como jatos.

Eu vi sua expressão mudar de feliz para preocupado. Estava tentando lhe falar que não era nada disso, mas eu não consegui.

- Meu Deus, o que houve? O que eu fiz?

Sua preocupação foi tão bonita e estranhamente encantadora. Não consegui me segurar e comecei a rir em meio às lágrimas.

- Calma, não é nada disso. É que nunca ninguém tinha falado nada desse tipo pra mim. Não fique preocupado. Sou uma menina frágil. E retribuindo tudo isso, eu só te posso falar um obrigado. Não existem palavras que possam descrever o que eu estou sentindo.

Eu o beijei. Beijei como se eu fosse morrer daqui a trinta segundos. Eu poderia morrer, mas morreria feliz.

Ficamos horas ali, nos encantando um com o outro cada vez mais. Eu estava deitada em seu colo e ele me fazendo carinho. Aquilo foi me consumindo e eu deixei que o sono me tomasse.

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